Perfil nutricional dos estudantes da rede municipal de Schroeder auxilia nos cuidados com a saúde

O setor de Nutrição da Secretaria Municipal de Educação realiza, duas vezes ao ano, o Diagnóstico Nutricional dos Estudantes matriculados na Rede Municipal de Ensino. O estudo é feito através da avaliação antrométrica, aferida com o auxílio dos professores de educação física.

De acordo com a nutricionista RT (responsável técnica) da Alimentação Escolar da Rede Municipal, Cheila Adriane Klitzke, os últimos dados foram coletados entre fevereiro e março de 2022, sendo utilizados os gráficos de curva de crescimento do IMC, indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Foram avaliados 2.296 alunos, de ambos os sexos, desde o berçário I até o 9º ano do Ensino Fundamental. Cheila explica que essa população de estudantes apresentou uma prevalência de 65% de estado eutrófico, ou seja, adequado. No entanto, a avaliação apontou 17% de sobrepeso, 11% de obesidade e 4% de risco de sobrepeso, além de 2% de magreza e 1% da amostra em magreza acentuada.

“Esta avaliação é realizada anualmente no início e no fim do ano, para que possamos ter o acompanhamento dos alunos. Com esses dados, a gente consegue perceber que o índice de sobrepeso e obesidade vem aumentando nessa população, somando 28%”, ressalta Cheila.

O dado é preocupante porque o excesso de gordura está relacionado com várias doenças crônicas, como hipertensão, diabetes mellitus, cardiopatias, acidente vascular cerebral (AVC) e aterosclerose. Essas doenças, geralmente, eram diagnosticadas na população adulta, mas têm aparecido nos diagnósticos infantis.

A nutricionista Bruna da Silva Ramos, que também atua na rede municipal de ensino, diz que esse quadro vai ao encontro das inadequações em relação à alimentação das crianças, que consomem mais alimentos industrializados, com maior quantidade de gorduras e açúcar, impactando na saúde.

A atual legislação que rege a alimentação escolar passou por mudanças bem proibitivas em 2020. “Como nutricionistas, a gente não pode colocar no cardápio das crianças até 3 anos nenhum açúcar adicional, bem como os alimentos considerados processados e ultra processados.

Há uma lista de alimentos que não podem ser inclusos no cardápio escolar”, informa Bruna.

A norma prevê que as crianças devem receber fontes de vitamina A três vezes na semana, além de frutas e carne, melhorando ainda mais a alimentação escolar. Entretanto, a profissional explica que não adianta a criança receber uma alimentação adequada, saudável e equilibrada somente no ambiente escolar.

“É necessário que as pessoas que estão no convívio das crianças estimulem hábitos mais saudáveis, dando mais qualidade de vida e prevenindo doenças geradas pela má alimentação. Este é um grande desafio para nós, nutricionistas, ter esse apoio da sociedade e das famílias”, completa Cheila.

As nutricionistas enfatizam que a introdução da alimentação saudável nessa fase inicial da vida da criança é muito importante, seja para o processo de crescimento ou de aprendizado e, ainda, para fundamentá-la para a vida adulta. “Sendo uma criança saudável, ela vai se tornar um adulto saudável”, conclui.