Diretora de Cultura destaca Casa da Memória e diz que espaço, de mais de 70 anos, deve passar por restauro
Sem a possibilidade de aglomeração, a Cultura utilizou a tecnologia a seu favor em 2021. Espetáculos virtuais transformaram a maneira da comunidade acompanhar artistas locais, projetos artísticos e eventos variados. O período de distanciamento social também foi utilizado para colocar as coisas em ordem na Casa da Memória e na Biblioteca Pública Municipal Cruz e Sousa. Com acervos ampliados e catalogados, os espaços foram retomando as atividades. No entanto, outros projetos surgiram e mantiveram a Cultura ativa neste ano.
A diretora de Cultura, Neiva Lúcia Plantikow, revela que ao assumir o cargo teve um início repleto de desafios, seja pelas ações da Lei Aldir Blanc, ou com a estruturação da Casa da Memória, mas, especialmente, pela pandemia, que impedia a realização das atividades culturais nos mesmos moldes de antes.
Após diversas reuniões sobre os protocolos exigidos, foi elaborado um plano de retomada para que, de forma segura, as atividades fossem retornando.
“[Esse retorno aconteceu] com a banda, com o folclore, a abertura da biblioteca… Trabalhamos o teatro de fantoches com o tema Coronavírus, muito importante para as escolas no momento em que as aulas aconteciam remotamente. Também trabalhamos na reestruturação do Conselho da Cultura”, revela.
Para colocar em ordem o setor de Patrimônio Cultural, Neiva destaca o trabalho feito em conjunto ao setor Jurídico do Município, com o intuito de nortear ações futuras nessa área.
Além disso, foi ampliado o projeto de fanfarras, que antes acontecia somente na Escola Professor Emílio da Silva, custeada pela APP.
Neste ano, foi contratado um professor que ministra aulas de percussão também na Escola Santos Tomaselli. “A expectativa é que, em 2022, teremos as nossas fanfarras atuando no desfile de comemoração de 7 de Setembro. Elas já deram uma palhinha no Natal”, comenta.
EDITAIS DA LEI ALDIR BLANC
No início do ano, o primeiro Edital da Lei Aldir Blanc já estava em andamento. O governo repassou o valor de R$ 165.404,68 ao Município, sendo contemplados 16 projetos, 10 deles em pessoa jurídica e 6 em pessoa física. A maioria dos projetos foi realizados virtualmente, como orientava a lei federal.
No segundo edital, foram inscritos 12 projetos, sendo 11 deles contemplados. As propostas foram apresentadas em forma de vídeo. Os vídeos e os proponentes estão no site do Município.
No total, foram pagos R$ 151 mil aos artistas, associações e sociedades de Schroeder. Portanto, será feita a devolução de R$ 14 mil, pois o edital não atingiu o total de iniciativas previsto. A prestação de contas estará na Plataforma Mais Brasil até março de 2022.
“Tivemos uma surpresa agora, de que foi aprovado no plenário da Câmara a Aldir Blanc permanente. Então, estamos na expectativa para que o governo faça esse repasse a cada ano para movimentar o setor”, diz Neiva.
CASA DA MEMÓRIA
Com a ampliação do acervo, mesmo com a pandemia, 253 visitas foram registradas no livro da Casa da Memória. As visitas são acompanhadas geralmente pela estagiária, que presta serviços ao local desde agosto.
Hoje, estão catalogados 210 peças, objetos e utensílios no acervo, mas existem muitos materiais de pesquisa, como jornais, documentos e fotografias.
A Casa da Memória possui 72 anos e, portanto, de acordo com Neiva, precisa passar por um restauro. Segundo explicou, esse será o primeiro imóvel de Schroeder a ser tombado.
“Já temos um projeto de restauro e revitalização desse espaço para o próximo ano, quando estaremos buscando recursos para custear essa reforma. A antiga Casa Jahn faz parte do Livro de Cadastro de Bens Culturais do Município de Schroeder e se encontra acautelada por lei, mas temos a previsão de tombo”, ressalta a diretora de Cultura.
Em julho, foi realizada uma pesquisa sobre a cultura local, para dar início ao Plano Municipal de Cultura, que deverá ser entregue em julho do próximo ano. O Plano Municipal de Cultura é um norteador das ações que serão realizadas no setor pelos próximos 10 anos.
BIBLIOTECA PÚBLICA
A Biblioteca Pública Municipal Cruz e Souza permaneceu fechada até maio deste ano, oportunidade para que o acervo fosse organizado. Após reabertura, foram feitos 1.186 atendimentos presenciais, 449 atendimentos via telefone. Existem, hoje, 155 leitores ativos, sendo retirados 1.649 livros durante o ano.
Os leitores possuem idade entre 2 e 71 anos e são, na maioria, mulheres, chegando a 109. Há dificuldade em acessar leitores de bairros mais afastados e, portanto, há um projeto de biblioteca itinerante para 2022, além de cirandas de leitura e contações de histórias, cativando mais as crianças.
Já a Banda Municipal está sediada no prédio da Secretaria de Educação, organizada com salas de estudos, sala de ensaios, sala para instrumentos e uniformes. O folclore também ocupa o mesmo imóvel e a ideia é utilizar um espaço maior para ensaios.