Missão na Alemanha busca ações para desenvolvimento de Schroeder

O modelo de associativismo adotado pela cidade de Essen, na Alemanha, servirá como base para a criação de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável de Schroeder. Na última semana, representantes da Associação Empresarial de Schroeder (Acias) participaram de uma missão técnica ao país alemão com o intuito de conhecer cases de sucesso e captar ideias inovadoras que possam, de alguma forma, auxiliar no crescimento econômico do município. Agora, lideranças trabalham para disseminar as práticas aprendidas na maior economia da Europa.

De acordo com o presidente da Acias, Rogério Maldaner, a missão internacional faz parte do Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL), criado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), e é um importante mecanismo no processo de fortalecimento da economia local. Segundo Maldaner, o intercâmbio de experiências dá subsídios para que o município possa repensar suas políticas públicas e fortalecer suas práticas de associativismo, estabelecendo metas em prol do crescimento social.

“A cidade de Essen é um case muito interessante porque mesmo após ter sido completamente destruída na guerra e perder sua única fonte de renda, a mineração, suas lideranças conseguiram criar um modelo de desenvolvimento que a transformou na cidade mais ecológica da Europa, isso cerca de vinte anos depois”, explica Maldaner. Como resultado, Essen ocupa hoje o posto de terceira maior economia da Alemanha e é visto como exemplo de associativismo por países do mundo todo.

Para Maldaner, a principal lição aprendida com a visita é de que com boas ideias e esforço coletivo é possível encontrar soluções eficientes, sem necessariamente exigir grandes investimentos. Ele conta, por exemplo, que um dos principais pontos históricos de Essen, uma igreja centenária, foi inteiramente restaurada graças a uma ação de associativismo.

“O pessoal da igreja arranjou o material, o governo deu treinamento para quem quisesse auxiliar na restauração e as empresas do setor deram a supervisão. Diante disso, um investidor aplicou recursos na obra e transformou a igreja em um centro cultural”, relata Maldaner. “Imagine aqui em Schroeder, que nunca tivemos uma crise semelhante a uma guerra, o que poderia ser feito em 20 anos com as ações certas”, salienta o presidente da Acias.

Segundo Maldaner, o maior desafio hoje é entender a base de organização destes países e encontrar maneiras de adaptar esta realidade ao Brasil, dentro da cultura brasileira. “É claro que não temos poder para mudar todo o nosso sistema, mas podemos pensar em maneiras de nos aproximar destas práticas. Uma delas é tirar o foco da agenda negativa e tentar criar uma agenda positiva, explorando nossos pontos fortes, todos em prol de um consenso e dando sempre o melhor de si”, comenta ele.

“O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, mas ocupa posições baixíssimas em desenvolvimento humano. Este não é um desenvolvimento sustentável.”

Rogério Maldaner, presidente da Acias

FOCO NA IMAGEM DO MUNICÍPIO

Dentre as ações que devem entrar na agenda do DEL nos próximos anos, Maldaner destaca a criação de uma identidade para o Schroeder, medida que visa fortalecer a imagem do município e o mercado local. “Temos que pensar o que queremos ser no futuro, qual seria a nossa identidade, o que queremos mostrar. E, além disso, temos que sempre buscar crescer com qualidade de vida. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, mas ocupa posições baixíssimas em desenvolvimento humano. Este não é um desenvolvimento sustentável”, aponta o presidente da Acias.

Iniciado em fevereiro do ano passado, o programa Del reúne hoje 103 representantes do poder público, da iniciativa privada e da sociedade em geral, que por meio de seis câmaras temáticas se dedicam a pensar a Schroeder do futuro. Em março deste ano, a Câmara de Vereadores de Schroeder aprovou a criação do Conselho de Desenvolvimento de Schroeder, que envolve as três esferas da sociedade e coordena as ações do programa.

 

Via O Correio do Povo