Vigilância Epidemiológica explica o que é a Leishmaniose Visceral Canina

A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença transmitida pelo flebótomo também conhecido como ‘mosquito-palha’ que, ao picar, introduz na circulação sanguínea do reservatório o protozoário do gênero Leishmania.

A doença não é contagiosa e a transmissão do parasita ocorre apenas por meio da picada do mosquito fêmea infectado.

Após a infecção, o tempo para a manifestação da doença no cão é variável, em média de 3 a 7 meses, podendo levar até anos. Não há transmissão do cão diretamente para a pessoa.

A maioria dos cães com Leishmania infantum não desenvolve sinais e sintomas clínicos aparentes da doença. Porém, quando esta se manifesta, os mais frequentes são: Apatia (desânimo, fraqueza, sonolência); Perda de apetite; emagrecimento progressivo; feridas na pele, no focinho, orelhas, articulações e cauda que demoram a cicatrizar; descamação e perda de pelos; crescimento exagerado das unhas; problemas oculares; diarreia com sangue e paresia dos membros posteriores

Infecção em seres humanos

A ocorrência de Leishmaniose Visceral Canina geralmente precede ou está correlacionada com a infecção em seres humanos. O cão é o principal reservatório da Leishmaniose Visceral  em ambiente urbano e serve de fonte de infecção para o mosquito palha.

A maior parte dos cães infectados não demonstram sintomas da doença e se não notificados aos serviços de saúde, acabam contribuindo para o aumento da incidência de outros cães positivos em determinada região e como consequência, o aparecimento de casos humanos de Leishmaniose Visceral.

Mosquito-palha

O mosquito-palha é um inseto muito pequeno, que costuma se reproduzir em locais com matéria orgânica em decomposição, fendas de pedras, ocos de árvores, buracos no solo, abrigos de animais domésticos, chiqueiros, currais, etc.

Investigação de caso em Schroeder

Em 25 de novembro de 2022, a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Guaramirim instaurou uma notícia de fato (NF) para apurar a existência de um canil irregular em Schroeder que abrigaria cerca de 80 cães das raças bulldog francês e inglês para comercialização no município.

O procedimento investiga, ainda, se os animais se encontram em situação de maus-tratos, bem como a presença de animais infectados com leishmaniose visceral canina sem o tratamento adequado.

O setor de Vigilância Epidemiológica realizou vistoria no local dos fatos, com o levantamento do número de animais presentes no canil e a identificação dos que estão adoecidos pela leishmaniose visceral canina. O caso segue sendo investigado e acompanhado pelas autoridades.