Polos de AEE em Schroeder mudam rotina escolar e proporcionam evolução no ensino/aprendizagem

O AEE (Atendimento Educacional Especializado), implantado pela atual Gestão Municipal, trabalha com crianças que possuem deficiência intelectual ou física, transtorno ou altas habilidades. Por meio de exercícios lúdicos e outras atividades que favoreçam a autonomia, a responsabilidade, além da atenção, concentração e memorização, os polos dão suporte à aprendizagem dos alunos.

Geralmente, os estudantes ingressam no AEE já diagnosticados e passam a ser atendidos pelos profissionais da educação especial em um trabalho conjunto com o professor regente e o auxiliar. As atividades desenvolvidas incluem jogos, sites educativos, mesa digital e outros recursos.

Conforme a secretária de Educação e Cultura de Schroeder, Armelinda Walz Schmitt, o primeiro AEE foi implantado ano passado, na escola Professor Emílio da Silva.

“Neste ano, expandimos para Escola Santos Tomaselli e Escola Clarice para atendermos a demanda também nos bairros. O atendimento complementa a formação dos estudantes com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela”, enfatiza.

O aumento de diagnósticos de autismo e outros transtornos exige, cada vez mais, que a sociedade, e especialmente a Educação, tenha condições de acolher e auxiliar a evolução desses estudantes.

A neuropsicopedagoga Alvinice Hadlich Fritzen, que atende 18 alunos nos polos das escolas Professor Santos Tomaselli e Professora Clarice Lange Jacobi, explica que, se o aluno possui dificuldade para se concentrar, serão trabalhados jogos que estimulem essa habilidade, porque, através do lúdico, o aprendizado flui melhor.

Embora o trabalho seja individualizado, de maneira a atender as dificuldades de cada um, os polos buscam a socialização, principalmente dos autistas.

“Nós temos conseguido várias conquistas em parceria com as famílias, ao mesmo tempo que orientamos os professores em como proceder em caso de crise sensorial, onde o autista sente uma desordem quando algo saiu da sua rotina”, aponta a professora.

Situações como essa podem ocasionar choro, gritos, agitação, fuga e outras reações. E, por meio desse trabalho, os profissionais aprendem a lidar com as crises.

MUDANÇAS COM O AEE

Atuando há mais de 20 anos na educação especial, Alvinice possui alunos que apresentam deficiência física, microcefalia, deficiência intelectual, autismo e deficiência física com intelectual.

A professora destaca que a implantação dos polos AEE mudou muito a rotina das escolas beneficiadas. Segundo ela, as famílias sentiam-se perdidas, sem saber como proceder diante dos laudos de transtorno ou deficiência dos filhos. Além disso, os professores veem os profissionais do AEE como um ponto de apoio.

“Os pais percebem que, trazendo seus filhos aqui, eles terão um atendimento mais focado naquela dificuldade”, ressalta. Os encontros acontecem no contraturno e são oferecidos a alunos inseridos no ensino regular da rede municipal

Alvinice destaca que o processo de inclusão não é fácil. Felizmente, segundo ela, as graduações já estão mudando, trazendo disciplinas relacionadas ao tema.

“Temos que evoluir em sociedade também, porque a sociedade ainda fica incomodada com essa criança. Os polos são um grande passo nessa evolução, pois favorecem os professores, as famílias e a sociedade, e trazem segurança”, ressalta.

Conforme e neuropsicopedagoga, as principais mudanças em busca da inclusão passam por uma boa política pública, com um trabalho voltado à educação desde a pré-escola, moldando a comunidade escolar para que evolua ainda mais neste sentido.

“A sociedade teme aquilo que ela não conhece. Os polos nos ajudaram a mostrar que todos somos diferentes e que é preciso respeitar as diferenças”, aponta.

Alvinice acredita na educação inclusiva, especialmente com a união de forças, junto às famílias. Para ela, é preciso estar preparado para receber essas crianças e fazer da escola um local onde possam se desenvolver.